sexta-feira, 15 de abril de 2011

ATUALIZAÇÃO

Olá, amigos, tudo de bom!
Tenham uma Feliz Semana Santa!

Quero comunicar-lhes que estou trabalhando para atualizar o blog em breve, com materiais novos...

Grande abraço!

Valdson Amorim

domingo, 4 de julho de 2010

PROSTITUIÇÃO E MORTE DO REGIME

Não há dúvidas de que a democracia é, se não o melhor regime político da atualidade, um dos melhores e o mais aceito em grande parte do mundo. Até os mais graves defeitos das sociedades que hoje se consideram democratas não se comparam com a restrição da liberdade do ser humano ou a proscrição dos direitos fundamentais das pessoas em sociedades autoritárias, com regimes ditatoriais. A reputação da democracia está em alta.

Uma das provas de que a democracia é um regime em alta é o fato de que até os maiores ditadores do nosso tempo reivindicam para si o título de “democratas”. Em democracia as liberdades básicas são respeitadas e os direitos fundamentais são reconhecidos e defendidos, pelo menos assim o é em teoria, o que equivale dizer que “pelo menos assim deveria ser”.

Do ponto de vista da formalidade, a democracia é melhor que qualquer regime que não considere relevante o reconhecimento e defesa dos direitos humanos. Do ponto de vista da prática cotidiana, da aplicação dos princípios básicos da democracia, não é mais que mais um regime, viciado e permissivo.

Em nossa sociedade tudo é possível, desde que seja feito em nome da democracia. Sendo assim, não há ditador que não queira vestir-se de democrata, justamente porque encontra no regime, fragilizado e agonizante, mas sobrevivente de suas próprias mazelas, o cobertor perfeito. Tudo o que um ditador precisa é de uma manta cômoda atrás da qual possa se esconder.

O ditador não respeita os direitos nem as liberdades básicas das pessoas. Prática repugnante, reprovada pelas autoridades verdadeiramente democratas. Mas isso o ditador pode fazer sem escrúpulos se o faz em nome da democracia. Por isso é que a democracia não passa de ser, neste momento, em muitos contextos e nações, um mero cobertor, a capa purificadora das intenções, o muro cuja espessura detém qualquer tentativa de violação opositora.

A democracia não é uma mera formalidade, mas parece sê-lo. A democracia não é um mero regime formal; é uma forma de vida, mas pode ser também de morte. A ditadura não poderia ser mais rígida, porque o ser humano não aguentaria tanto; já a democracia não pode ser mais liberal, escancarada, permissiva, porque ela mesma não resistirá o peso de sua própria flexibilidade.

Da flexibilidade do regime se aproveitam seus inimigos, que são muitos e poderosos. Um dos mais representativos e ameaçadores é a corrupção, filha da prostituta mais bem cuidada no Brasil: a impunidade. A impunidade é criada, acariciada e alimentada entre as paredes cegas e surdas dos gabinetes, que mais parecem antros onde se dá o acabamento às conspirações contra o povo brasileiro. A impunidade pare diariamente, mas há aqui um paradoxo: quanto mais ela pare mais órfãos ela faz. Será que a sociedade seria melhor se os pais dos filhos da impunidade a assumissem como mãe de seus filhos?

Tão querida e tão prostituída. Tão desejada e ao mesmo tempo tão desvalida. É, democracia, estamos no mesmo barco! A diferença entre nós é que em teu nome posso defender-me e até atacar quem me ataca; já tu, és atacada em teu próprio nome. A minha salvação és tu. A tua ainda não sabemos quem será.

Eu sei que a tua "reputação" é muito mais do que as seis primeiras letras do termo qualificador entre aspas, mas sei que estão querendo te reduzir a isso. Seria o teu fim! Não seria, talvez, um fim nefasto nem triste, mas seria um fim indigno de ti. Diante disso, a única coisa que peço é que eu morra antes que tu, porque não resistiria presenciar o teu falecimento. Se a tua agonia já me aproxima do meu fim, o teu fim não seria teu, mas nosso, porque o meu viria como consequência.
Valdson Amorim

segunda-feira, 24 de maio de 2010

ABSTRACT

(...) Um eleitor em véspera de eleição é um despossuído em potencial. A eminência do esvaziamento o deixa confuso, mas encorajado. Aproxima-se o grande momento e ele decide. Mas, antes de decidir, recorre às mais diversas saídas para o problema que se avizinha. Ainda com o voto em sua posse, já escorrendo entre os dedos, decide desfigurá-lo, depositá-lo sem cor, em branco, na tentativa de que não seja visto. Tolo engano. A ingenuidade o trapaceia. A brancura do voto o deixa mais fácil de ser visto pelo inimigo circunstancial (...).

Leia o artigo completo abaixo: "O voto, seu valor e sua cor"

O VOTO, SEU VALOR E SUA COR

Dizem que em uma sociedade democrática o poder emana do povo; que os titulares do poder são os cidadãos. Dizem também que o exercício do sufrágio -considerado o fato mais relevante em uma democracia- é a maior expressão de cidadania, de liberdade e de poder de decisão. Dizem, finalmente, que o voto é um direito cidadão. Mera ilusão; retórica refinada.

Essas afirmações sugerem algo sobre o qual não temos muitas dúvidas: o valor do voto. Mas convêm ser cauteloso ao fazer comentários acerca do assunto. O voto é respeitável, convenhamos. A mesa eleitoral é um verdadeiro templo, ou, melhor dito, um altar, onde cada cidadão exerce, um por vez, o papel de sacerdote, revestido do poder que tem. O auge do exercício desse poder é fugaz, imperceptível, fictício. O momento do voto é comparável à assinatura da passagem do admirável ao ridículo. Em alguns casos essa assinatura pálida, desfigurada, quase apagada pela desconfiança do protagonista da ação fugaz, é o selo de sua própria crucificação.

Dia de eleição é um dia de festa; é um dia em que os sentimentos se misturam e nos confundimos diante de nós mesmos. O momento do voto parece ser, a propósito, um momento de confusão, de conflito interno. Diante do mesário você assina a sua sentencia; lá você derrama a sua cidadania com consciência. E não há como não fazê-lo, porque, ou você exerce esse “direito” ou perde os outros. O momento do voto é um momento decisivo. Ali, a primeira decisão irremediável é a de votar; depois decide quem decidirá por você nos próximos anos. Quando digo que você “decide votar” estou, de certo modo, indo contra os fatos, porque diante da possibilidade de usufruir de seus direitos fundamentais, o voto aparece como um “dever” sin equa non. Sendo assim, você pensou que decidiu votar, mas a verdade se esconde detrás do seu ingênuo imaginário.

Ilude-se quem pensa que o voto é um direito que dá direitos. O voto é, na verdade, uma obrigação da qual não podemos esquivar; caso contrário, assim como presenciamos o derrame da cidadania no momento do voto, veremos o derrame dos direitos como conseqüência do “não-voto”.

Geralmente as pessoas elegem um sujeito porque simpatizaram com ele, porque gostaram de suas habilidades retóricas ou por outras razões que não devemos mencionar neste escrito (não falaremos aqui de negócios). Uma vez que o beneficiário de seu voto é eleito, desaparece. Mas, como o voto tem seu atrativo circunstancial, pode ser que você se reencontre com o dito cujo, você com outro voto na mão prestes a escapulir, e ele uma vez mais como potencial beneficiário de seu descuido irrefletido.

Todo voto tem seu valor, mas só depois de despejado na urna. Enquanto está em poder do eleitor o voto não vale nada. Quando muito, o eleitor se beneficia de algumas ofertas simbólicas em troca do bem mais precioso. Uma vez feita a venda, começa o processo de amadurecimento do próximo produto. Utilizo aqui o termo “venda” porque a compra de votos é crime. Agora imagine você se determinam que vender o voto também constitui um delito! Não, nem o imagine! Seria um ato cruel, quase sádico, de despojo total.

Para o eleitor o voto tem um significado relativo. O que é um eleitor com um voto em seu poder? Um mero eleitor. O voto significa muito mesmo é para o político beneficiário. A prova disso é o esforço que eles fazem para arrancá-lo de nós (digo “nós” para incluir-me na categoria). E para isso se dispõem a qualquer coisa. Na ansiedade de receber o seu voto o político esquece que pertence à classe dos eleitos; por votos eles pisam lama, andam a pé, cumprimentam você sem arrogância, brigam entre si, choram em público, sacrificam-se e prometem o que nunca cumprirão; por voto eles passam até fome; rompem relações com colegas e até matam.

Um eleitor em véspera de eleição é um despossuído em potencial. A eminência do esvaziamento o deixa confuso, mas encorajado. Aproxima-se o grande momento e ele decide. Mas, antes de decidir, recorre às mais diversas saídas para o problema que se avizinha. Ainda com o voto em sua posse, já escorrendo entre os dedos, decide desfigurá-lo, depositá-lo sem cor, em branco, na tentativa de que não seja visto. Tolo engano. A ingenuidade o trapaceia. A brancura do voto o deixa mais fácil de ser visto pelo inimigo circunstancial. Quanto mais branco o voto, mais longe reflete. No instante em que o cidadão deixa cair o voto na urna já tem uma legenda beneficiando-se de sua branquidão. E esse fato é a mais real expressão da abominável desigualdade na política brasileira.

Uma vez depositado o voto, num descuido fatal, resta recomeçar; engolir o fato trágico e confiar na generosidade do beneficiário. Conclui-se que foi uma tragédia a tentativa de exercer a cidadania. O consolo do eleitor é o fato de que tão logo deixa escapar um voto ele já é possuidor de outro, sem valor ainda, claro, porque o voto tem valor por temporada. Em seu devido momento, o voto atual terá o mesmo valor que teve o anterior. Supõe-se que não o mesmo destino. O único problema é que a espera é longa e às vezes angustiante. Essa espera se torna mais aflitiva justamente porque o beneficiário do voto em branco é desconhecido, e o eleitor não sabe a quem recorrer para reivindicar o ressarcimento pelo ato, que apesar de equivocado foi um ato heróico.

O que fazer com um voto nas mãos, sem expressão? É preferível entregá-lo, mesmo que seja a um receptor desconhecido e descomprometido, a ter que sofrer com o cancelamento do CPF. Afinal de contas, é mais importante a possibilidade de ter o empréstimo aprovado do que ficar com um voto para si, em um gesto de puro egoísmo. O CPF sim, esse dá direitos e facilita a vida do cidadão. O voto é um dever, uma obrigação; é uma arma que deve ser usada com muita cautela, porque ela pode estar apontada para você sem que você perceba.

Nas próximas eleições faça um discernimento sério antes de votar. O que está em jogo são os seus direitos. Esse dever, embrulhado na roupagem de direito, não melhora a sua vida, mesmo que você o cumpra, mas se você não o cumpre pode piorá-la. Veja você.
Valdson Amorim

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O REFÚGIO DO DITADOR

Os maiores ditadores do mundo ultimamente tem reivindicado para si o título de democratas. Eis a razão pela qual a democracia poderia ser considerada o melhor esconderijo existente.
Valdson Amorim

terça-feira, 20 de abril de 2010

A FANTASIA DA AUTOSSUFICIÊNCIA

          É muito comum hoje em dia encontrar pessoas que se dizem autossuficientes, umas porque se acham expertos em diversos assuntos, outras porque não têm ideia da abrangência da própria ignorância e decidem aventurar-se pelo mundo do incógnito tido por manifesto e correto. É gozado como tanto a pretensão de conhecimento quanto a falta dele levam as pessoas para o mesmo caminho, neste caso, sentir-se autossuficientes.
          Autossuficiente é uma pessoa que “se basta a si mesma”, que só precisaria dela mesma para viver; em outras palavras, uma pessoa desconectada de qualquer outro ente deste mundo, coisa que constitui, no mínimo, um paradoxo. Sendo assim, autossuficiência parece ser uma ridícula fantasia, da mesma forma como a independência parece ser uma negação do outro. Em vida, a autossuficiência é uma espécie de antecipação da morte; depois da vida...; ah! Sabe-se lá o que viria a ser a autossuficiência, se é que depois da vida alguma coisa é.
          A dependência é nossa marca registrada; e pelo visto, nunca estaremos a sós e nunca nos bastaremos a nós mesmos. Nem o verbo se basta a si mesmo. Sempre é necessário um contexto para que a palavra seja. O que seria da palavra se não houvesse nada mais além dela? Nada! Ela mesma não seria. Nem Deus seria sozinho. Deus sozinho seria para quem..., em quem? Deus parece ser, ao que tudo indica (tudo mesmo, pelo menos até hoje), não mais que um artista que opera no grande anfiteatro que é o mundo dos humanos; e nós somos espectadores do nosso próprio teatro; amantes do probabilismo ideal. Eis aqui uma questão verdadeiramente humana, circunstancial, intelectual, de estado de ânimo: Deus.
          Até o pensamento tem que estar conectado a algo; caso contrário, não haveria pensamento. Pensamento sem palavra? Como corroboraríamos sua existência? Pode ser que haja técnicas modernas que deem conta disso. Mas Deus não nasceu hoje, convenhamos, e a sua complexidade deve ser resolvida de forma diferente.
          A solidão é um estado psicológico, algo que faz parte do mundo do “achismo” improvável. Quiçá o que as pessoas chamam de solidão sejam esses momentos em que gostariam estar a sós e não podem. Esta é uma questão tão abstrusa que chega a acabrunhar, torturar e dá uma sensação de mal estar. Seria isso a solidão..., uma idéia de carência, uma irrealidade que, paradoxalmente, expressa a insuficiência de si para consigo mesmo?
          A vida é uma conexão de coisas. Até quando desejamos estar a sós com nós mesmos necessitamos estar acompanhados, embora seja do silêncio, que não deixa de ser uma boa companhia nesses momentos de falta de chão, digamos assim. Ou estamos com o silêncio ou estamos com o barulho. A sós? Só na própria imaginação. Quando você achar que está só com seus pensamentos, abandonado em si mesmo, pergunte-se: os seus pensamentos são pensamentos de quê? Quando você encontrar a causa se convencerá de que não está realmente só, que está com seus pensamentos; mas somente depois de encontrar a causa, porque os pensamentos não seriam sem ela. A ideia de autossuficiência é, por tanto, falsa; é um refugio mental, uma interiorização da ignorância de seu próprio estado e das coisas que o acompanham.
          As coisas existem independentemente do pensamento de quem quer que seja; independentemente do estado mental de quem quer que seja, pelo menos quando não se trate de Deus, porque aqui as coisas se invertem. A dependência é uma realidade sem a qual não seríamos. Dependemos do outro a todo instante. Dependemos do ar, da luz, da água, dos políticos, das armas, dos pensamentos, das grades nas janelas e do silêncio; necessitamos do branco, do preto, do amarelo e do índio; necessitamos dos dicionários, principalmente deles. Não nos bastamos a nós mesmos. Do contrário, com quem nos comunicaríamos? Dependemos, para sobreviver, da boa vontade do outro que, por sua vez, necessita de algo para ser.
          Se você acha que é autossuficiente e, ainda assim, acredita em Deus, baita contradição o seu “achismo”! Talvez seja este um bom momento para repensar seus conceitos. Não se sinta mais que os demais; não tente impor sua opinião à força porque em algum momento você pode vir a ser forçado a aceitar outras opiniões. E pior que ser forçado a aceitar opiniões só mesmo a ilusão da autossuficiência e da vida eterna. Não menospreze os outros, porque o menosprezo é uma forma de autoeliminação. Dialogue em bom tom com as pessoas; seja flexível, porque a inflexibilidade é um sinal da ignorância da própria condição de dependente do outro. Vivemos neste mundo relações de eterna complementaridade; vivemos um atrelamento involuntário e quase irrefletido.
          A completude de cada sujeito não lhe é inata, vem de fora, e isso é um bom sinal de que a autossuficiência é a expressão da ignorância e da negação das coisas que constituem o ser humano. Mas não se ache diminuído por isso, porque a dependência não é uma questão de vontade, mas de essência; e não é só você que está nessa situação.
          Você pode ser rico ou pobre, preto ou amarelo, letrado ou ignorante, heterossexual ou homossexual com suas naturais variações; preconceituoso ou vítima de preconceito; você pode crer em Deus ou ser ateu, ser casado ou solteiro, político ou sem teto; quaisquer dessas coisas você pode ser, mas não menos dependente. Uma condição não elimina ou diminui a outra. O tetraplégico necessita de seu empurrãozinho para movimentar-se e você necessita dele para demonstrar sua solidariedade. A relação do homem com o mundo é de interdependência, não de suficiência.
Valdson Amorim

domingo, 18 de abril de 2010

OS RUMOS DA PRÓXIMA ELEIÇÃO

          A campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, mas já se mostra acirrada. Por um lado, candidatos que se preparam para apostar todas as fichas em uma empreitada que promete grandes emoções e, principalmente, muito discurso; por outro lado, uma população de mais de cem milhões de eleitores esperançosos, mais preparados e críticos que antes e, sobretudo, preocupados com o país. Essa preocupação não é fruto do acaso, mas da experiência, da memória dos eleitores que até o presente momento não viram as grandes promessas políticas tornarem-se realidade em nosso país.
          Parece que é cedo para formar qualquer tipo de juízo sobre o processo eleitoral que se avizinha, mas é oportuno dizer que, a julgar pelas marcas da experiência, já temos uma ideia do que a próxima campanha eleitoral pode oferecer à sociedade. Nota-se neste momento, como nunca antes, certa ansiedade da sociedade pelo início da campanha. As pessoas têm boas perspectivas sobre o processo eleitoral deste ano. E isso pode se justificar pelo fato de que os eleitores de hoje têm mais consciência de que o momento eleitoral pode ser o início de um processo de mudanças significativas nos diversos âmbitos da sociedade.
          Os candidatos a representantes da sociedade terão nestas eleições pelo menos duas grandes responsabilidades. A primeira delas, como sucede sempre, é a disputa entre eles que deve ser diferente, haja vista o peso da história pessoal que acompanha a cada um deles. Foi-se o tempo em que se ganhava eleição a base de tentativas de diminuição da credibilidade do adversário. Agora cada candidato tem o seu próprio histórico público e está, de certa forma, exposto à possibilidade de que tudo seja revelado, para bem ou para mal, dependendo da ênfase que lhe for atribuída.
          A segunda grande responsabilidade que terão será com o eleitorado. O eleitor brasileiro hoje é mais consciente de seu papel na sociedade e sabe que a eleição constitui um momento sem igual no processo de construção do país. A experiência vivida e sentida obrigou o eleitor a ser mais crítico reflexivo na hora de exercer sua cidadania. A esta altura do campeonato não é qualquer discurso que atrai; não é qualquer proposta com nome de grande projeto que convence.
          A retórica dos candidatos -que sempre funcionou como arma letal- tem que estar mais afiada do que nunca; tem que estar carregada de sinais perceptíveis de que há possibilidades de o dito converter-se em feito. Isso só aumenta a responsabilidade dos candidatos e nos faz acreditar que a disputa será equilibrada, porque não bastará o discurso da desqualificação do outro; será necessário imbuir de confiabilidade o próprio discurso antes de tentar diminuir a credibilidade do discurso alheio.
          Esse é o tom da próxima campanha que se espera para este ano. Por um lado, os candidatos preocupados em apresentar propostas viáveis para o desenvolvimento do país e da sociedade em seus diversos âmbitos; por outro lado, o eleitorado mais reflexivo e consciente de que a eleição pode ser uma possibilidade única de dar um passo de qualidade na escolha de representantes cujas ações repercutirão, positiva o negativamente, sobre a sociedade como um todo. A qualidade da representação depende da qualidade da escolha que fizermos. E a escolha se faz antes. Pensemos bem, por tanto.
Valdson Amorim